quinta-feira, 29 de julho de 2010

Lula Côrtes & Lailson – Satwa (1973)


Satwa - primeiro disco independente do Brasil!

Instrumental, com pequenas incursões vocais, o disco traz dez canções “produtos mágicos das mentes e dedos de Lailson e Lula”, como diz na contra-capa do álbum, produzido pela dupla, mais Kátia. Além de Lula no tricórdio e Lailson na craviola (viola de 12 cordas), Robertinho de Recife também faz uma ponta no disco, tocando ‘lead guitar’ em ‘Blue do Cachorro Muito Louco’, um blues lento e viajandão.
O som predominante do disco, no entanto, é um folk nordestino/oriental, resultado da mistura da cítara popular tocada por Lula e da viola de 12 cordas de Lailson - algo como uma sucessão de ragas ou mantras.

01.: Satwa
02.: Can I be Satwa
03.: Alegro piradíssimo
04.: Lia, a rainha da noite
05.: Apacidonata
06.: Amigo
07.: Atom
08.: Blue do cachorro muito louco
09.: Valsa dos cogumelos
10.: Alegria do povo


*OUÇA: Blue do cachorro muito louco

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Marconi Notaro - No Sub Reino dos Metazoários (1973)


O LP ‘No Sub Reino dos Metazoários’, de Marconi Notaro, é dos expoentes da cena psicodélica nordestina. Lançado em 1973, enquadra-se na linha de obras como os discos de Lula Côrtes & Lailson - ‘Paebirú’ e ‘Satwa’, clássicos da psicodelia nacional.
Ultra-psicodélico em alguns momentos, o disco abre com o samba ‘Desmantelado’ (composto por Notari em 1968, nos áureos tempos do Teatro Popular do Nordeste), com o regional formado por Notari, Robertinho de Recife, Zé Ramalho e Lula, entre outros. A segunda faixa, ‘Ah Vida Ávida’, com ‘Notaro jogando água na cacimba de Itamaracá’, mais Lula na ‘cítara popular’ e Zé Ramalho na viola indicam o que vem a seguir, um misto de alucinada psicodelia com pinceladas da mais singela música popular, como o frevinho ‘Fidelidade’ (… “permaneço fiel às minhas origens, filho de Deus, sobrinho de Satã” …).
O momento mais radical disco álbum é a quinta faixa, ‘Made in PB’, parceria de Notaro com Zé Ramalho, um rockaço clássico, destacando a guitarra distorcida de Robertinho de Recife e efeitos de eco. As músicas ‘Antropológicas 1’ e ‘Antropológica 2’, como a maioria das outras canções, são improvisos de estúdio, reunindo os músicos já citados, com ótimo resultado sonoro e poético.
Com produção do pessoal do grupo multimídia de Lula Côrtes e sua mulher Kátia Mesel, o disco foi gravado nos estúdio da TV Universitária de Recife e da gravadora Rozenblit, também na capital pernambucana. A capa é um desenho de Lula Côrtes, tão chapado esteticamente quanto o som que o tosco papelão embalava, com uma foto de Marconi Notaro no centro, com o rosto dividido entre a capa frontal e a contracapa.

01.: Desmantelado
02.: Ah Vida Ávida
03.: Fidelidade
04.: Maracatú
05.: Made in PB
06.: Antropológica
07.: Antropológica II
08.: Sinfonia em Ré
09.: Não Tenho Imaginação pra Mudar de Mulher
10.: Ode a Satwa


*OUÇA: Made in PB

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Alceu Valença - Molhado de Suor (1974)


Neste seu segundo LP, primeiro totalmente solo, Alceu Valença destila toda sua verve nordestina, aprendida na sua cidade natal, São Bento do Una, na zona da mata pernambucana, uma música com pitadas do estilo armorial mais voltada para o rock, um estilo que fez escola nos anos 70 em Recife e Olinda.
É deste disco dois grandes sucessos da época que permanecem até hoje no repertório de Alceu, "Papagaio do futuro" e "Punhal de prata".
Música moderna, um frescor de renovação para a época, que permanece atual até hoje. Um vitorioso que lutou contra todas as adversidades que era lançar um disco de artista desconhecido e principalmente nordestino, muito bem ilustrado na dedicatória do disco "Dedico este trabalho a mim mesmo, que convivi com deuses e comi o pão que o Diabo amassou para realizá-lo". Uma grande estréia!
"Meu primeiro disco solo. Tem “Papagaio do Futuro”, “Dente de Ocidente”, “Dia Branco”, “Mensageira dos Anjos”, com arranjos de cordas de Waltel Blanco. Pouco depois, classifiquei “Vou danado pra Catende” no Festival Abertura, da TV Globo. Montamos uma banda de pífanos elétrica, com Lula Côrtes (tricórdio), Zé Ramalho (viola), Paulo Rafael e Ivinho (guitarras), Zé da Flauta, entre outros. Por não conseguir enquadrar o som que fazíamos, o júri criou uma categoria de última hora – o prêmio Pesquisa – para nos contemplar. O disco alcançou uma segunda tiragem com a inclusão desta faixa".

01.: Vou Danado pra Catende
02.: Borboleta
03.: Punhal de Prata
04.: Dia branco
05.: Cabelos Longos
06.: Chutando Pedras
06.: Molhado de Suor
07.: Mensageira dos Anjos
08.: Papagaio do Futuro
09.: Dente de Ocidente
10.: Pedras de Sal
11.: Chutando Pedras


*OUÇA: Punhal de Prata

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Um raro momento em que Zé Ramalho e Lula Côrtes aparecem tocando juntos à época.
Os dois e Alceu Valença numa performance inspiradíssima da espetacular "Vou Danado pra Catende", de Valença, em 1975 (da esquerda para a direita, na linha de frente da banda, Zé, Alceu e Lula). Vídeo produzido para o Festival Abertura, realizado pela Tv Globo, onde a música foi contemplada na categoria "Pesquisa".

Alceu Valença (voz e violão)
Zé Ramalho (voz e viola)
Lula Côrtes (tricórdio)
Zé da Flauta (flauta)
Ivinho (guitarra)
Paulo Raphael (baixo)
Israel Semente Proibida (bateria)
Agricinho Noia (percussão)

*Percussionista do lado direito não identificado.

Lula Côrtes e Zé Ramalho - Paêbirú (1975)


O Disco mais caro e disputado nos sebos do Brasil.
Um vinil de 1975 (só existem 300) custa 4 mil reais em média.


Este é o raríssimo álbum duplo “Paêbirú”, de Lula Cortês e Zé Ramalho, gravado entre os meses de outubro e dezembro de 1974, na gravadora Rozemblit, em Recife (PE). Com eles, estão Paulo Rafael, Robertinho de Recife, Geraldo Azevedo e Alceu Valença, entre outros.
Na época, Lula Cortês tinha em seu currículo o álbum “Satwa” (1973), que trazia canções com título como “Alegro Piradíssimo”, “Blues do Cachorro Louco” e “Valsa dos Cogumelos”. Zé Ramalho, já tocando com Alceu Valença, tinha em sua bagagem a experiência de grupos de Jovem Guarda e beatlemania, como Os Quatro Loucos, o mais importante de todo o Nordeste.
Clássico do pós-tropicalismo, com (over)doses de psicodelia, o álbum trazia seus quatro lados dedicados aos elementos “água, terra, fogo e ar”. Nesse clima, rolam canções como o medley “Trilha de Sumé/Culto à Terra/Bailado das Muscarias”, com seus 13 minutos de violas, flautas, baixão pesado, guitarras, rabecas, pianos, sopros, chocalhos e vocais “árabes”, ou a curta e ultra-psicodélica “Raga dos Raios”, com uma fuzz-guitar ensandecida. E, destaque do álbum, a obra-prima “Nas Paredes da Pedra Encantada, Os segredos Talhados Por Sumé” (regravada por Jorge Cabeleira, com participação de Zé Ramalho), com seu baixo sacado de Goin’ Home dos Rolling Stones sustentando os mais pirados 7 minutos do que se pode chamar de psicodelia brasileira.
O disco por si só é uma lenda, mas ficou mais interessante ainda pelas situações que envolveram a sua gravação. A gravadora Rozenblit ficava na beira do rio Capiberibe, e o disco, depois de gravado, foi levado por uma das enchentes que assolavam a região. Sua prensagem foi única: 1.300 cópias. Mil delas, literalmente, foram por água abaixo. A calamidade levou junto a fita máster do disco.
Milagrosamente, salvaram-se 300 exemplares. Bem conservado, o vinil original de Paêbirú está atualmente avaliado em mais de R$ 4 mil. É o álbum mais caro da música brasileira. Em parâmetros monetários, desbanca, inclusive, o LP Louco por Você, de Roberto Carlos - avaliado na metade do preço. Contando com a co-produção do grupo multimídia Abrakadabra, o disco trazia um rico encarte, que também sucumbiu ao aguaceiro.

01.: Trilha de Sumé (Culto à terra/ Bailado das muscarias)
02.: Harpa dos ares
03.: Não existe molhado igual ao pranto
04.: Omm
05.: Raga dos raios
06.: Nas paredes de pedra encantada, os segredos talhados por Sumé
07.: Marácas de fogo
08.: Louvação a Iemanjá
09.: Beira Mar
10.: Pedra templo animal
11.: Sumé


*OUÇA: Harpa dos Ares

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Vanusa - Avôhai (1977)


A primeira vez que o Brasil ouviu Zé Ramalho da Paraíba foi na voz de Vanusa, que gravou a canção "Avôhai" em seu disco "Vanusa - 30 Anos", em 1977, pela Som Livre.
Um ano após, já sem o 'Paraíba", Zé Ramalho ganhou as paradas nacionais com sua enigmática e encantadora mistura sonora.

*OUÇA:

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Zé Ramalho - Zé Ramalho (1978)


É o primeiro disco solo de Zé Ramalho, um must para quem aprecia psicodelismo com toques regionais – ou música regional com toques psicodélicos. É um disco em que mundos se encontram.
Em "Avôhai" (feita em homenagem ao avô que o criou após seu pai morrer afogado num açude), os sintetizadores do suíço Patrick Moraz e um arranjo sensacional de baixo convivem com uma típica viola nordestina e uma cítara indiana.
Em "A Dança das Borboletas" (parceria com Alceu Valença), o convidado Sérgio Dias ganhou três dos oito canais da mesa de som para gravar um apoteótico solo sobreposto, no que é um dos grandes momentos do psicodelismo brasileiro.
"Este é o meu primeiro disco. O disco de estréia. Veio cheio de misticismo e idéias. Trouxe um linguajar diferente do usual. Através da mensagem do "Avôhai", música que abre o disco, com a participação de Patrick Moraz, tecladista do grupo inglês YES! Além de "Avôhai", traz "Vila do Sossego" e "Chão de Giz", músicas que viraram clássicos da M.P.B. com várias regravações de outros artistas. É o disco da chegada, transpondo a soleira do alcance musical. É um disco que nunca saiu de cartaz. Me orgulho dele e do seu tempo. Foi o início de tudo. Tudo começa com "Avôhai". (Zé Ramalho)
Esta versão é ripada de um CD que foi relançado em 2003 e conta com algumas faixas extras. Recomendadíssimo!

01.: Avôhai
02.: Vila do Sossego
03.: Chão de Giz
04.: A Noite Preta
05.: A Dança das Borboletas
06.: Bicho de 7 Cabeças
07.: Adeus Segunda-feira Cinzenta
08.: Meninas de Albarã
09.: Voa, Voa
10.: Avôhai (Voz e Violão) (Bonus Track)
11.: Chão de Giz (Voz e Violão) (Bonus Track)
12.: Bicho de 7 Cabeças (Voz e Violão) (Bonus Track)
13.: Vila do Sossego (Voz e Violão) (Bonus Track)
14.: Ratos de Porto (Voz e Violão) (Bonus Track)


*OUÇA: Chão de Giz

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Lula Côrtes - Rosa de Sangue (1980)


Eis o mítico LP Rosa de Sangue , que não chegou ao mercado por conta de briga jurídica com a gravadora Rozemblit.
Rosa de Sangue é isso: são frevos, forrós, guitarras nervosas e até cítaras em Oração para Shiva, na mistureba clássica dos sons da contracultura brasileira.
Além do som ser ótimo, as letras também são bem legais.

01.: Lua Viva
02.: Balada da Calma
03.: Casaco de Pedras
04.: Nordeste Oriental
05.: Bahjan - Oração para Shiva
06.: São Tantas as Trilhas
07.: Noite Preta
08.: Dos Inimigos
09.: A Pisada é Essa
10.: Rosa de Sangue


*OUÇA: Lua Viva

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Lula Côrtes - O Gosto Novo da Vida (1981)


Disco mais pop de Lula, que chegou a fazer sucesso. Mas por brigas com a antiga gravadora a divulgação foi prejudicada. Confira!

01.: Desengano
02.: Dos inimigos
03.: Lua viva
04.: São várias as trilhas
05.: Patativa
06.: Canção da chegada
07.: Quadrilha atômica
08.: Brilhos e mistérios
09.: Gira a cabeça
10.: O morcego


*OUÇA: Desengano

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Lula Côrtes e Jarbas Maris - Bom Shankar Bolena (1988)


Disco instrumental na linha do Satwa. Jarbas Mariz hoje toca na banda do Tom Zé e participou do Paebirú e do Rosa de Sangue.
Além disso o disco tem as participações do lendário guitarrista Ivinho (Ave Sangria) nas musicas Maracatu Pesado e Inverno I e II, do baixista Paulo Ricardo em Eu Tentei e Oswaldinho do Acordeon em Forró pro Mundo Inteiro.

01.: Balada para quem nunca morre
02.: Orvalho na paisagem
03.: Shotsy (Síntese do oriente e ocidente)
04.: Valeu a pena
05.: Forró pro mundo inteiro
06.: Eu tentei
07.: Maracatu pesado
08.: Inverno I e II
09.: Tema para Christina


*OUÇA: Balada para quem nunca morre

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Lula Côrtes & Má Companhia (1995)


01.: Reduzido à pó
02.: A tirana
03.: Meus caros amigos
04.: As estradas
05.: Nasci para chorar
06.: Balada do tempo perdido
07.: A força da canção
08.: Rock do segurança
09.: Os piratas
10.: O homem e o mar


*OUÇA: Reduzido à pó

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A Turma do Beco do Barato - Antologia 70 (2004)


Em 2003, o disco que é considerado o marco da música pop pernambucana – Satwa (1973) – completou três décadas de existência e a data passou em branco. Ou quase. Há mais de um ano estava sendo produzido A Turma do Beco do Barato (Projeto Antologia 70), álbum que reúne os autores de Satwa e todos os adeptos da geração pós-Woodstock no Estado.
A Turma do Beco do Barato, projeto idealizado por Humberto Felipe, acabou sendo a oportunidade de vários artistas registrarem algumas de suas composições pela primeira vez, após cerca de 30 anos.
Obs.: Todas as músicas são interpretadas por seus autores, exceto a faixa 3.

01.: As estradas (Lula Côrtes)
02.: Vacas roxas (Lailson)
03.: Vento vem (Israel Semente) cantam: Marco Polo e Humberto Felipe
04.: Marginal (Marco Polo)
05.: Dois navegantes (Almir de Oliveira)
06.: O pirata (Marco Polo)
07.: Dos inimigos (Lula Côrtes)
08.: Anjos de bronze (Lailson)
09.: Fora da paisagem (Almir de Oliveira)
10.: Pout Pourri: Janeiro em Caruaru/Noturno nº0/Mina do mar (Marco Polo)


*OUÇA: As estradas

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Lula Côrtes & Má Companhia - A Vida Não é Sopa (2006)


Em 2006, Lula Cortês e Má Companhia lançaram este disco gravado ao vivo na Estação do Som em 1997. O disco saiu pelo selo "Sopa Diário".
Na guitarra, o antigo guitarrista da banda, o lendário Claudio Munheca.

01.: Eu fiz pior
02.: Versos perversos
03.: A seca
04.: Israel
05.: O balada cavernosa
06.: O clone
07.: O indiozinho
08.: Tá faltando ar
09.: Qualquer merda
10.: Pense e dance


*OUÇA: Versos perversos

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